"Auto-retrato da artista enquanto parte da sociedade
Jardins de Lisboa
Um passeio por alguns dos jardins que visito regularmente
Lisboa tem um número infindável de espaços verdes que permitem, entre parques e jardins, escolher o lugar certo para caminhar, sentar-se ou deitar-se para uma tranquila contemplação. Nestes que hoje escolho, a relação direta com a água amplia a sua magia.
01. Vista sobre o lago da Quinta das Conchas e dos Lilases, o relvado e ao fundo as novas árvores, que substituíram as palmeiras centenárias doentes, que ladeiam a alameda que atravessa a quinta. A quinta foi requalificada em 2005. Um murro de pedra e alvenaria separa as duas quintas.
02. Vista sobre o lago e casas de fresco da Quinta dos Lilases, simbolizado as ilhas de São Tomé e Príncipe, foi mandado edificar no principio do séc. XX por Francisco Mantero, proprietário de diversas roças.
03. Parque do Monteiro-Mor, com o tanque e a araucária de Norfolk centenária em baixo. Jardim, pomar, horta, pinhal e ribeira organizam-se por uma vasta área. Este parque botânico foi possivelmente projetado por Domingos Vandelli, para o 3º Marquês de Angeja, em meados do séc. XVIII.
04. Jardim à francesa do Museu do Teatro e da Dança, em parterre de buxo que guarda um roseiral com variadas espécies.
Faz parte do conjunto do Parque do Monteiro-Mor, comprado pelo Estado em 1975.
05. O Museu de Lisboa no Palácio Pimenta, construído na primeira metade do séc. XVIII, tem dois jardins, tendo um deles um jogo da pela e um lago com estátuas alegóricas ao universo marítimo. Um sem número de pavões que se empoleiram nas árvores e muros adjacente, são uma companhia fascinante.
06. Jardim do Campo Grande, ou Jardim de Mário Soares e o seu lago com barcos de remos que fazem ainda hoje passados 150 anos da sua projeção a alegria de todos nós. As obras de requalificado começaram em 2012, mantendo o traçado do Arq. Francisco Keil do Amaral (1945).
07. Jardim da Fundação Gulbenkian é um dos mais bonitos jardim do movimento modernos em Portugal. Projeto dos arquiteto paisagistas António Viana Barreto com a colaboração de Gonçalo Ribeiro Telles, sua construção começou em 1956, e nos anos 60, Ribeiro Telles colabora na sua criação, tendo o mesmo feito entre 2002 e 2012 uma reabilitação que permitiu novos percursos de fruição. O seu lago, povoado de patos, é um sempre óptimo lugar para fazer um picnic.
08. Parque Eduardo VII com um parterre de buxo central e relvados laterais ladeados por árvores em toda a sua extensão tendo com pano de fundo o Tejo.
O projeto da autoria de Keil do Amaral de 1940, foi construído entre 1945 e 1949, substituindo o grande algo construído em 1929 e que se juntava à antiga pedreira e nascente da Estufa Fria.
09. Estufa Fria, foi inaugurada em 1933, remodelada nos anos 40 e ampliação em 1975 para incluir a estufa quente e a estufa doce para albergar plantas tropicais e equatoriais. O lago é alimentado por uma nascente, que transformam este conjunto arquitectónico num oásis.
10. Jardim da Estrela ou Jardim Guerra Junqueiro, de gosto romântico, inaugurado em 1852. O lago com carpas e patos, diversa estatuária executada pelos mais celebres artistas da época e um coreto criaram neste espaço uma harmonia perfeita. O coreto, datado de 1884, estava Avenida da Liberdade e foi trazido para o jardim em 1936.
11. Campo Santana ou Jardim do Campo Mártires da Pátria e os seus lagos sempre com patos, gansos, galos e pombos em amena convivência. Este jardim conjuga-se com o Jardim Braancamp Freire, situado no lado sul.
12. Jardim do Campo das Cebolas, de autoria do arquiteto Carrilho da Graça e do arquiteto paisagista Victor Beiramar Diniz, foi inaugurado em 2017 e privilegia a relação com o Tejo. Este espaço tem um dupla ocupação, um parque de estacionamento subterrâneo e um jardim por cima. O programa arquitectónico pode englobar os vestígios de uma escadaria em pedra lioz, que fazia o acesso à praia fluvial e de um forte medieval."