Autorretrato da artista enquanto parte da sociedade
Figueira da Foz
“A mais linda praia de banhos de Portugal” na opinião de Ramalho Ortigão que eu subscrevo. Depois de anos entristecida com o imenso areal que se formou devido à construção do porto, hoje disfruto com a vastidão dos passadiços para chegar ao mar, das dunas e da sua vegetação que vai crescendo. Mas a Figueira é muito mais do que praia, é a cidade cosmopolita que sempre foi desde o séc. XIX e é um reduto para fugir ao calor e as multidões de verão.
01. Passadiço de praia, ao fundo os toldes com saias e barracas de lona às riscas, típicas das praias do norte.
02. Torre do Relógio, situada na marginal, em frente da esplanada Silva Guimarães, foi inaugurada em 1947. Dos seus altifalantes era transmitido música ligeira a qual foi acompanhando os banhistas durante décadas.
03. Palácio Sotto Maior foi mandado construir por Joaquim Sotto Maior em 1900, para residência de família. Projeto do Arq. Gaston Landeck, em estilo Beaux-Arts, onde se conjugam elementos neoclássicos, góticos e renascentistas. No seu interior destaque para a pintura mural de António Ramalho e de Dórdio Gomes, que copiou muitas das obras primas da pintura europeia do Museu do Louvre. Na propriedade situa-se ainda uma cavalariça e dormitório de empregados em estilo neoclássico e uma torre-mirante de estilo neomanuelino, todo este conjunto está rodeado por um jardim romântico.
O Palácio pertence a sociedade que detêm o Casino, desde 1967 e está aberto ao público desde 1980.
04. Sala de arqueologia do Museu Municipal Santos Rocha. Foi fundado em 1894 por António Santos Rocha para acolher os diversos achados arqueológicos recolhidos nas diversa campanhas realizados por si e seus colaboradores. O museu integra outros núcleos: armaria, arte religiosa, numismática, mobiliário Indo-Português, entre outros.
05. Dóris, barcos de um só homem que pertencem ao bacalhoeiro Sotto Maior, a visitar no Núcleo Museológico do Mar. Este museu promove a valorização e divulgação etnográfica das práticas piscatórias, nomeadamente a da pesca do bacalhau na Terra Nova.
06. Núcleo Museológico do Sal, situado em Lavos na Salina Municipal do Corredor da Cobra, tem com missão a promoção da atividade artesanal salineira.
07. Conjunto edificado do Castelo Eng. Silva, edifício do antigo Turismo e a Casa das Concha, construído em épocas distintas, que marcam o gosto da segunda metade do séc. XIX e principio do Séc. XX.
08. O Tennis Club inaugurado em 1917 com o desígnio de organizar jogos de ténis, jogos de mesa e também as festas de uma sociedade seleta na época balnear. Nos anos 70, englobava uma seção de vela, organizava um torneio de bridge e um concurso hípico nacional. Hoje mantém uma seção de ténis com 4 campos e de padel com 3 campos.
09. O Casino inaugurado em 1884 é o mais antigo da Península Ibérica. Havia no final do séc XIX seis casinos na Figueira, o que demostra o fulgor de uma população cosmopolita vinda de diversa partes da Europa.
No local onde hoje existe o atual Casino houve uma sala de espetáculos que era a maior de Portugal até à construção do Coliseu dos Recreios em Lisboa.
10. O Mercado Municipal Eng. Silva foi inaugurado em 24 de junho de 1892, no dia de São João, Padroeiro da cidade. É um exemplo da “arquitetura de ferro” visíveis no núcleo central e nas palas das três entradas e claraboias que permitem uma luz zenital. Nas bancas, o destaque vai para o peixe fresco e para os legumes produzidos pelos próprios vendedores. As bancas de flores propiciam um agradável aroma ao espaço.
11. Serra da Boa Viagem, classificada como Monumento Natural Nacional, a sua vegetação é constituída maioritariamente por Pinheiro-Bravo, Cipreste-português, Tojo e Urze ente outros. Tem 261,88 metros de altitude. Deve-se a Manuel Alberto Rei, que entre 1911 e 1924, supervisionou a sua florestação.
12. Farol do Cabo Mondego, construído em 1858, tem 15m de altura, o alcance da luz e de 25 minhas náuticas.
Todos os faróis nacionais são visitáveis às quartas-feiras.